domingo, 6 de dezembro de 2020

Fantoches: revisitando uma paixão

 A contação de histórias para crianças é algo que sempre me fascinou. Dentro da minha experiência de vida, enquanto mãe, na época da faculdade de Psicologia e também em uma parca experiência com a Educação Infantil, tive a oportunidade de trabalhar com fantoches. 

Não é segredo para quem me conhece, pode ser novidade para quem está vendo o blog pela primeira vez, que eu amo ler. Mas amo mesmo! Daquelas que cheira o livro, e viaja na história, se emociona e até briga com os personagens. 

Trabalhar com fantoches é como trazer para a realidade imaginária da criança as histórias contadas. E permite também criar novas histórias!

Realizando uma atividade para a faculdade de Pedagogia, sobre a apresentação de gêneros textuais para a Educação Infantil, tive a oportunidade de revisitar uma paixão há tempos adormecida: os fantoches! Tinha que apresentar lenda, e logo me veio a mente a ideia de fazer um teatrinho de fantoche. E tive uma plateia para lá de especial, minha filha caçula, que tem dois anos. Ela participou ativamente (fazendo a bagunça dela) do processo de criação. 

Ah, trabalho que é feito em casa em tempo de pandemia, tem toda a família envolvida! Assim, minha filha mais velha ficou com a parte audiovisual (a gravação do vídeo e a música), e minha filha do meio (sim, eu tenho três) trabalhou comigo na produção e criação (uma artista!). Marido e mãe foram incentivadores orgulhosos e corujas, que ficaram divulgando minha produção caseira para quem conhecem. Minha dupla de trabalho, uma criatura fantástica, também foi uma super incentivadora, me dando feedback do passo a passo dessa construção.

Sem mais delongas, apresento a vocês a lenda do curupira em um curto vídeo feito com muito amor!





Como transformar nossas escolas - José Moran (resumo)

    A sociedade tem passado por constantes transformações devido as tecnologias digitais de comunicação e informação. No entanto, as escolas não tem acompanhado essas transformações com o mesmo ritmo, mantendo-se parada no tempo, engessada em práticas tradicionais, e mesmo as que buscam se inserir, vão numa velocidade muito aquém do esperado para uma sociedade tão dinamizada. 

        Para ensinar em um mundo tão conectado, a escola deve ser aberta, ter flexibilidade, e é preciso ter a compreensão de que o aprendizado não está mais limitado a um espaço específico, podendo ocorrer dentro ou fora de uma sala de aula, de forma individual, autônoma, mas com direcionamento, ou de forma coletiva, numa construção de conhecimento.

        Uma escola inovadora tem a estrutura, o projeto pedagógico, o currículo, a gestão e os professores, todos voltados para uma educação que permite um desenvolvimento integral do aluno, aliando as práticas ao uso das tecnologias existentes em nossa sociedade atual. Coloca o aluno no centro, personalizando a aprendizagem, fazendo-a em pares ou direcionando esse aluno. Os professores ficam em formação constante, contínua, pois entende-se que o dinamismo da sociedade deve ser sempre estudado e inserido no processo de ensino e aprendizagem por meio de instrumentos que venham a ser utilizados presencial ou não.

        As escolas, em sua maioria, estão muito distante dos modelos inovadores. Mas, mesmo presas a currículos disciplinares, a um modelo tradicional de ensino, elas podem ir, aos poucos, inovando no processo de ensino e aprendizagem. Para isso, precisa de profissionais engajados com a mudança, que passem a inserir, mesmo dentro do espaço fechado de sala  de aula, metodologias ativas, fazendo com saiam de postura de babá, que entrega tudo pronto a aluno.

      Para a aprendizagem hoje, três conceitos são muito importantes: as metodologias ativas, que colocam o aluno como protagonista do processo de aprendizagem, sendo participativo e reflexivo; os modelos híbridos, que permitem a flexibilização do ensino, do espaço, do tempo; e as competências digitais, tão necessárias em uma sociedade conectada. É a combinação desses três que permite uma educação inovadora. E dentro dessa perspectiva, a avaliação deixa de ser um fim específico para ser um processo contínuo, pois o aluno está em constante aprendizado. Assim, em vez da forma tradicional de avaliação, numa educação inovadora, essa avaliação pode ser realizada de diversas formas: diagnóstica, dialógica, por pares, autoavaliação, online e outros, sempre dando ao aluno um feedback do seu progresso.

      Na prática, o processo de transformação das escolas em inovadores terá diversos caminhos, podendo ocorrer de forma mais rápida ou mais lenta, a depender de cada instituição. Mas o que não há como negar é que essa mudança deve ocorrer, pois as tecnologias digitais de informação e comunicação tem mudado profundamente nossa sociedade, e as escolas que não acompanharem essas mudanças, ficarão para trás. Assim, as escolas devem se reinventar e mudar paradigmas.

    

    

domingo, 4 de outubro de 2020

Educadora em formação numa era digital - Refletindo a cultura digital e o conectivismo

A sociedade passou e tem passado por grandes transformações nas formas de se relacionar, de se comunicar, no modo como se aprende. O uso das tecnologias proporciona que as informações cheguem até as pessoas de forma quase que instantânea ao momento em que são divulgadas. Isso faz com que não haja limites de tempo e espaço para compartilhar informações. 

As TICs e as TDICs são mediadoras das experiências humanas, sendo uma característica fundamental da cultura digital. Isso quer dizer que, através do uso das tecnologias, a sociedade enxerga e experimenta o mundo, produzindo e sendo produto do modo de vida atual.

Sendo presente em todos os espaços, a cultura digital também está presente no ambiente escolar. No entanto, as formas de compreender o aprendizado precisam ser enxergadas sob a ótica da cultura atual que vivemos, totalmente conectada em redes, dinâmica e com uma enorme fluidez de informação, fazendo com que a escola deixe de ser a única instituição a repassar ou socializar conhecimento.

Professor e aluno não tem mais os mesmos papéis que tinham antes, de transmissor e receptor de conhecimento, respectivamente. O professor deve, já em sua formação, buscar incorporar a inovação em sua prática, quebrando o paradigma de detentor do saber, entendendo que seu papel é proporcionar ao aluno a organização de sua própria aprendizagem, permitindo que o mesmo seja protagonista desse aprendizado. Assim, o professor é um mediador desse conhecimento.  

É preciso compreender que a internet vai além de uma ferramenta de comunicação, pesquisa, processamento de informações. De acordo com Castells, precisamos compreender que a internet é um novo espaço global para a ação social e que este espaço extende-se para o aprendizado e para a ação educacional. 

Há uma frase, de autoria desconhecida, obtida através de conversas familiares informais desta que vos escreve, que exemplifica bem como o uso das tecnologias ainda enfrenta barreiras no âmbito educacional: 

"O aluno está no século XXI, o professor está no século XX e a escola está no século XIX".

Numa sociedade tão conectada, as dificuldades com relação a inserção das tecnologias na prática pedagógica se apresentam já na formação do educador. Segundo Siemens e Downes, as teorias de aprendizagem (behaviorista, cognitivista e construtivista) não dão conta de entender os processos formativos na sociedade de hoje. Eles trazem a ideia do conectivismo como um novo modelo de aprendizagem, entendendo que o uso das tecnologias transformam o modo como as pessoas trabalham e funcionam, e que o aprendizado não pode ser entendido como uma atividade interna, individualista. 

Alguns teóricos rebatem essa ideia, reconhecem toda a importância da conectividade, mas não a compreendem como uma nova teoria de aprendizagem, mas sim como uma perspectiva pedagógica. Partilho dessa concepção, entendendo que a relação mediada por outrem, por signos, símbolos e artefatos é trazida por Vygostsky, quando este diz que o homem aprende inserido na sociedade e por estes meios. 

A cultura digital e o conectivismo são realidades da nossa sociedade atual. Quando a escola impõe barreiras a essa realidade, está privando o aluno de florescer na era digital.



quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Jogo das cores - Construção de brinquedo com material reciclável para a Educação Infantil


É pelo brincar que a criança aprende, se desenvolve e se expressa. O uso do lúdico ma educação infantil é fundamental, pois garante que a criança seja o que ela é: CRIANÇA.
A construção do próprio brinquedo, a partir de materiais recicláveis, desperta na criança o interesse e a criatividade, além da fazer bem ao meio ambiente, incentivando o reaproveitamento de materiais.
O brinquedo construído, "jogo das cores", foi pensado para ser utilizado com a faixa etária de 2 a 4 anos.

Material utilizado: 
- caixa de cereal (pode ser uma outra caixa, ou mesmo uma bandeja de ocos, para servir de base);
- revistas (no caso de usar a caixa, as folhas das revistas, em forma de bolas, deram mais firmeza a caixa);
- cartolina para cobrir a caixa;
- emborrachado de seis cores diferentes;
- caixa de remédio (para fazer o dado);
- tesoura;
- cola;
- fita adesiva.

Cobrimos a caixa e utilizamos uma tampa de garrafa como molde para fazer os círculos indicadores das cores no emborrachado. Como peões do jogo, escolhemos fazer cavalinhos, também em emborrachado. Fizemos apenas com uma base de emborrachado, recomendo fazer com mais de uma para dar firmeza. Os indicadores de cores e os peões podem também ser feitos em cartolina ou em papelão e pintados com as cores desejadas. Moldamos a caixa de remédio para ficar como um cubo e cobrimos cada lado com uma das cores. Para mais durabilidade, usamos fita adesiva envolvendo todo o dado.

O objetivo do jogo é trabalhar com a criança a coordenação motora, a identificação de cores e o entendimento de regras. 
A criança deve jogar o dado e mover o peão da cor respectiva uma casa por vez.

Divirtam-se fazendo e jogando! 




 

sábado, 5 de setembro de 2020

O que é a cultura digital? Como ela impacta na escola e na aprendizagem?

        A cultura de um povo é construída histórica e socialmente, com base no tempo em que vivem. No entanto, quando falamos de cultura digital, além de pensar nas tecnologias já desenvolvidas e amplamente utilizadas, estamos falando também de uma mudança profunda no modo de aprender, de se relacionar, de viver no mundo de hoje. 
        O momento atual que vivemos, de uma pandemia causada pelo Covid-19, mostrou claramente que todas as tecnologias disponíveis podem e devem ser utilizadas em favor da aprendizagem. Hoje, temos aulas e eventos sociais de forma remota. Vejamos minha própria experiência, de quem iniciou o primeiro período de Pedagogia e foi pega de surpresa na primeira semana de aula por uma série de restrições devido a pandemia. Não tive tempo hábil de me conectar com a turma, no sentido de criar laços. Mas a mudança na forma de aprender e todos os obstáculos advindos desse período, fizeram com que a turma tivesse uma união única. Isso me levou a refletir: será que teríamos essa mesma interação se estivéssemos com aulas presenciais? Ou ficaríamos cada qual no seu grupo de identificação? Não há como saber.
        Quando analiso a realidade das nossas escolas, a discrepância é enorme. Muitas escolas não tem estrutura adequada para manter as aulas de forma remota, outras, em geral as abastadas, rapidamente adaptaram-se a nova realidade. Essa nova rotina, de uso dos meios digitais para garantir a aprendizagem, é algo que já vinha sendo utilizado, mas não de forma tão intensa quanto hoje. Ao voltarmos para o modo presencial, o momento atual vai deixar muitos impactos. Não dá para considerar voltar as aulas da forma como eram antes. Os alunos, que já lidavam facilmente com as tecnologias, ficaram mais ligados a ela. A escola deve encontrar formas de fazer as tecnologias serem aliadas no processo de aprendizagem. Isto pode ser feito com o uso de aplicativos, de plataformas, da forma como tem sido feito hoje. 
        Assim sendo, a cultura digital é inerente a nossa cultura social, faz parte do que somos, de como vivemos, nos relacionamos e aprendemos. A escola então não pode ficar alheia a esta realidade, pois faz parte dela também, não pode negá-la. 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Deixe que elas caiam


Deixe que elas caiam
Que escorram em grossas torrentes,
Lavando a tua alma,
Levando tuas dores.
Deixe que elas saiam
Do âmago do seu ser.
Permita o pranto extravasado!
Grite o sofrimento calado!
Rompa o lacre do censurado!
E depois de tudo jogado,
Permita o recomeço,
Seja você!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Encontro entre dois olhos*


Um encontro entre dois olhos: olho no olho, cara a cara.
E quando estiveres próximo tomarei teus olhos
E os colocarei no lugar dos meus
E tu tomarás meus olhos e colocarás no lugar dos teus, então te olharei com teus olhos e tu me olharás com os meus.
Assim nosso silêncio se serve até das coisas mais comuns e nosso encontro é meta livre.
O lugar indeterminado em um momento indefinido, a palavra ilimitada para o homem não cerceado.


(J.L.Moreno)



*Título sugerido por mim, apenas para postagem.